terça-feira, fevereiro 21, 2006

Vida mundana e vida espiritual

Hoje foi um dia cheio de compromissos. Mas nenhum compromisso com a igreja. É, um pastor também é uma pessoa comum, que precisa pagar contas e fazer compras. Não é muito comum que isto aconteça comigo, mas de vez em quando preciso ter um dia mais “light”. Mesmo assim não consegui fazer tudo o que precisava. À noite pude passar momentos preciosos com meu filho mais velho, já que o mais novo estava “recarregando as baterias” (dormindo), para amanhã estar novamente cheio de vida e energia.
Como é bom ter um tempo em família. Talvez muitos leitores não compreendam o que vou dizer, porém as vezes passo mais tempo de intimidade com outras pessoas do que com minha própria família. Este porém é um preço que pago com alegria para que Jesus Cristo seja anunciado. Por outro lado faço questão de sempre que possível passar o máximo de tempo com meus filhos e esposa. Assim que o mais velho durmiu, pude conversar com minha esposa. Falamos a respeito das coisas concernentes à obra de Deus, e como ele age na igreja através dos dons de seu Espírito.
Ao digitar a respeito do que fiz, minha mente se voltou ao fato de um dos grandes desafios de um pastor é ser um homem de Deus também em casa. É ser esposo e pai, porém também um homem de Deus. Não se pode incorrer no erro de querer vestir uma máscara ou uma fantasia toda vez que se trata de coisas da igreja, e tirá-la quando se trata das coisas domésticas. Jamais devemos ter duas personalidades: a religiosa e a mundana. Se isto chegar a acontecer é porque perdemos o rumo e precisamos nos converter novamente, pois estamos em caminho errado. Na verdade este é um quadro típico de falta de comunhão com Deus. Qualquer cristão, não somente um pastor, necessita ter comunhão com Deus. Muitos confundem vida religiosa com rituais performáticos. Por isto a vida espiritual destas pessoas é algo que só acontece em público e que, portanto demanda uma “performance" ou peça teatral ritualística para que outros possam ver, e / ou que sirvam para anestesiar a consciência acusadora de algum pecado, e / ou que visem construir uma ponte para Deus já que há uma necessidade ou milagre que se faça necessário.
A vida com Deus é algo totalmente diferente. A vida com Deus é o relacionamento com alguém que sempre está presente (vide Salmo 139). É uma intimidade com o Todo-poderoso. É um Deus real, vivo e, verdadeiro sendo adorado e reverenciado em todos os atos conscientes que realizamos. É o sentir a presença do Santíssimo em nossa vida em momentos até inesperados. É entrega constante e amorosa de alma, corpo, espírito, sentimentos, propósitos, sonhos, planos e, vida à Deus. O que Deus deseja não é um remendar esporádico de nossa vida espiritual. Em uma coisa a vida espiritual é semelhante à terrena: Não pode haver constantes mortes e ressucitações de um enfermo sem que isto incorra num grande perigo, já que na próxima tentativa de ressucitação talvez não se volte à vida. I Tim 1: 19 "conservando a fé, e uma boa consciência, a qual alguns havendo rejeitado, naufragando no tocante à fé". Ele quer que andemos e vivamos no Espírito constantemente.
Meu desejo é que Deus possa encontrar em mim um adorador, um homem que realmente lhe entregue a vida e tudo que gira em torno dela. Eu não quero mímicas ou performances misturadas à rituais. Eu quero é Deus.

Salmo 139: 23, 24 " Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos;vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno".


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